domingo, 6 de maio de 2012

RP mata um dos mais perigosos bandidos que atuava na parte alta de Maceió


Everton Felipe morto na troca de tiros com a RP (Arquivo)

















“Uma história com pontos intrigantes”. A definição é de alguns policiais que estavam de plantão na noite da sexta-feira (04), na Central de Polícia, em Maceió. O comentário diz respeito à morte de Everton Felipe de Souza Pimentel, de 21 anos. Ele residia no Condomínio José Bernardes, no bairro da Serraria, parte alta de Maceió. Everton foi morto durante uma troca de tiros com policiais da Radiopatrulha (RP) na tarde da sexta, na Rua Professor Gilson Lucas, no bairro da Santa Lúcia, parte alta de Maceió.

Na Central de Polícia, onde o caso foi narrado pelos militares que participaram da ação, uma equipe da RP (os policiais estavam de motocicleta) recebeu denúncia anônima dando conta de que um foragido do Sistema Prisional de Alagoas (Everton) estava circulando, em atitude suspeita, pela Rua Gilson Lucas, deixando alguns comerciantes desconfiados.

Com a chegada dos policiais ao local Everton teria reagido e sacado um revólver, calibre 38 e disparado contra os militares, que reagiram. Ferido ele ainda correu pela rua, entrando em uma das casas, onde caiu ferido.

A partir daí iniciam os pontos obscuros na história. Everton teria sido socorrido pelos próprios policiais da RP e levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde chegou sem vida. Intriga o fato dos policiais não pedirem ajuda ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) contrariando a maioria dos casos semelhantes onde os pms não fazem o socorro e aguardam a chegada do resgate dos Bombeiros ou em sua maioria, do Samu.

A arma apreendida com a vítima e entregue na Central de Polícia tinha seis munições, sendo que apenas três projeteis haviam sido deflagrados.

No HGE, para onde ele foi socorrido e na Central de Polícia, os comentários eram que Everton estava na companhia de dois comparsas, fato que os policiais não comentaram.
Mas se os dois homens existiram onde estariam os comparsas de Everton, que em seu histórico de crimes não agia sozinho?

Outro detalhe é que o fato constou no relatório divulgado e encaminhado para a imprensa pelo Centro Integrado de Operações da Defesa Social (Ciods), que relata diariamente os casos em que as equipes da Polícia Militar (PM) atenderam, em especial, durante a sexta e o sábado (05) pela manhã, sob o Nº 729036, como um caso de “porte ilegal de arma de fogo de uso permitido”.

Quem era a vítima
Everton Felipe de Souza Pimentel era considerado, por alguns delegados, como um jovem frio e de alta periculosidade, incapaz de perdoar quem ficasse em seu caminho. Ele morreu sem que a Polícia descobrisse quem o financiava. O jovem já havia sido preso em janeiro de 2009, acusado de porte ilegal de arma de fogo. Com ele foi encontrado um revólver, calibre 38. A prisão aconteceu nas proximidades do terminal de ônibus do Conjunto Benedito Bentes I, parte alta de Maceió. Em depoimento à Polícia ele disse ter comprado a arma por R$ 800, com o intuito de se defender de supostos inimigos. A compra teria acontecido na “Feira do Rato”, no Centro de Maceió. Everton estava na companhia de um menor, também com passagens em delegacias, flagrado com arma de fogo e pedras de crack.

Um ano após, por determinação, na época, do juiz da 8ª Vara Criminal, José Braga Neto, Everton foi preso outra vez. Na oportunidade ele foi acusado de assassinar três pessoas, todas em Maceió, e participar de outros delitos. A prisão aconteceu no bairro da Serraria, parte alta da Capital.

A Polícia apontava Everton como autor material nos assassinatos de Paulo Ricardo de Souza Lima, Jéferson Rodrigues de Lima e Emanuel Messias Teodoro Nunes, o “Bombá”.
Mas novamente Everton não demorou na prisão e, em janeiro do ano passado, durante uma operação envolvendo policiais do 4º Distrito Policial e de Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DRN), que cumpriram mandados de prisão expedidos por juízes da 17ª Vara Criminal de Maceió, ele foi preso mais uma vez, junto com outras três pessoas, no bairro do Canaã, em Maceió. Com eles foram apreendidos um Palio, verde, placa CWE 6639/São Paulo que tinha mandado de busca e apreensão, uma pistola, calibre 380, dois fuzis 762, com numeração adulterada, uma balaclava e 40 munições 9mm, além de cerca de 8g de crack, dinheiro, três aparelhos celulares e uma balança de precisão. Os outros presos foram Alan Alves da Silva, 22, Rose Cristina Simões de Araujo, 36, e Saneide Tavares da Silva, 36.

Na época o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, José Edson de Freitas, resumiu a importância das prisões: “hoje é um dia de vitória... para comemorar. Foi dado um golpe forte no crime organizado em Alagoas”, disse.

Segundo a Policia a droga apreendida seria oriunda da Bolívia, pelas rotas de fronteiras, e seria comercializada em toda capital.

Advogados de Everton, que era desempregado, o que não o impedia de ser defendido por três profissionais, dos mais caros do Estado, alegaram que o cliente sofria de um distúrbio mental e psicológico que causa uma "atividade paroxística de projeção predominante".
Outros dois detalhes aumentam o mistério da morte do jovem. Os militares depuseram que a informação chegada a eles foi que Everton – que havia cumprido pena em presídios de Maceió – era foragido do Sistema Prisional, mas ninguém da Intendência Penitenciária confirmou a fuga dele, que chegou a ser um dos suspeitos de ter participado do atentado contra o diretor da Casa de Detenção de Alagoas, o "Cadeião", no último dia 30. LEIA AQUI
EMERGENCIA190 tentou ouvir o comandante da RP para falar sobre o caso, mas ele não foi localizado. 


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